Lixo, entulhos e perda de biodiversidade ameaçam a vida na Terra. Reagir, sempre.
CUIDAR DO PLANETA, MAIS DO QUE NUNCA É PRECISO
Comentários sobre Artigo de Santhosh Mathew
Autores: José Fantine, Manfredo Rosa
Desde pelo menos 1972, com a célebre reunião de Estocolmo [1] apresenta-se impactante alerta: a Terra poderá não suportar o progresso que se vê! Desde então organiza-se o debate sobre nosso papel para evitar a catástrofe global. Tem trazido resultados? Embora sejamos seres ditos superiores, observamos as ameaças ao nosso meio, mas não nos sentimos espécies em extinção. A ameaça real não passa pela cabeça de muitos. Seremos capazes de evitar a destruição do nosso próprio ambiente? Vejamos o que diz a referência a seguir.
“Nosso impacto no planeta é muito mais profundo do que as pegadas de carbono ou o aquecimento global. Ele aponta para um futuro em que os efeitos da massa antropogênica[2] vão assumir — se é que já não assumiram — a identidade da Terra e sua vida”.
O destaque acima é um entre tantos alertas bem fundamentados que recomendam a leitura da publicação na BBC Future em 1/Jul/2021: “Os seres humanos são capazes de destruir toda a vida na Terra?” [3], de Santhosh Mathew (professor de física e astronomia do Regis College, em Boston, e tendo publicado dois livros científicos).
Focando prioritariamente nossa cultura atual de consumo, sem medida, o artigo discorre sobre a questão ambiental com bem argumentada ponderação e, também, citando exemplos, atrela credibilidade bastante para amplificar preocupações e, principalmente, ajudar a desenvolver nossa consciência perante tão graves problemas.
De trabalhos do Instituto de Ciências Weizmann, o Mathew invoca o conceito de “massa antropogênica” (aquela produzida pelo homem), comparando-a com toda a massa viva, ou biomassa, do planeta, sendo que, “pela primeira vez na história, o primeiro ou ultrapassou o segundo ou está perto de ultrapassar nos próximos anos”. E, ainda, “o estudo estima que, em média, cada pessoa no planeta produz agora mais massa antropogênica do que seu peso corporal por semana”.
No desenvolver da argumentação Mathew propõe várias perguntas, inteligentes, porque evitando afirmar o que ainda não se sabe completamente, insinua que outros conhecimentos e nossa acuidade podem confirmar a suspeita:
“Será que as espécies com as quais compartilhamos o planeta podem se adaptar rápido o suficiente para lidar com o novo mundo que estamos criando para elas?”
“A massa de coisas feitas pelo homem é maior do que a de todos os seres vivos do planeta — será que nosso consumo desenfreado pode destruir a vida na Terra?”
“Os humanos são geneticamente inclinados a ser materialistas ao ponto de causar sua própria destruição? A natureza vai preparar os humanos para lidar com esse problema?”
Lista também dados surpreendentes de alguns impactos nossos de cada dia:
“… a pegada de carbono de nossos bilhões de dispositivos eletrônicos, da internet e dos sistemas de suporte é responsável por cerca de 3,7% das emissões globais de gases do efeito estufa — e a previsão é de que este percentual dobre até 2025”.
“… depois da água, o concreto é a substância mais usada na Terra…”.
“… produzimos 300 milhões de toneladas de plástico todos os anos.” (Observação do site:100 gramas por dia por pessoa de todo o mundo – se fosse alimento…).
O autor puxa a atenção para uma perspectiva extremamente relevante: não podemos simplesmente depender de soluções tecnológicas verdes, pois, total ou parcialmente apenas estamos mudando o problema de lugar, pois o foco é o da coisa nova que você deve comprar. E, ainda (exemplifica com o carro elétrico), envolve consumo de materiais especiais e energia na sua confecção para continuar enchendo as ruas das cidades e ser trocado um ou dois anos depois por modelo novo.
A maior riqueza do texto talvez se apresente na proposta de atacar a causa na origem, ou seja, na base de valores de consumo como forma eficiente solução. É preciso, repensar esse “imenso desejo humano de consumo material. E, paradoxalmente, uma consequência da própria vida humana”. Em nossa cultura atual, de tão enraizado consumismo, impera o descarte. O mais rápido possível. A quantidade de abortos e a mortalidade infantil das satisfações (e das esperanças) devem ser as mais elevadas. Quanto maior, melhor. No império da lata do lixo, os indicadores de bem-estar adquirem sinal contrário. Um flagelo da nossa integridade, física e psicológica.
“Embora não esteja provado que iremos nos destruir, há indicações claras de que ignoramos os efeitos por nossa própria conta e risco” complementa Mathew.
Os seres humanos ocupam espaços vitais. Eliminam os outros seres vivos. O que acontecerá?
Nas fotos abaixo, Sabará em 1985 e em 2021. Observar a perda das áreas verdes.
Matérias relacionadas no site Brasil2049.com;
Meio ambiente e sustentabilidade – BRASIL 2049
A Essência humana e o meio ambiente – BRASIL 2049
DAVID ATTENBOROUGH, “A LIFE ON OUR PLANET”Humanidade: ou reverte ou desaparece – BRASIL 2049
Relação de Documentos Históricos sobre Meio Ambiente – BRASIL 2049
CAPACITAÇÃO BRASILEIRA PREMIADA. Plásticos biodegradáveis – BRASIL 2049
NOTAS
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- https://brasil2049.com/a-declaracao-de-estocolmo-sobre-o-meio-ambiente-humano-1972/ ↑
- Massa Antropogênica= total de objetos produzidos pela atividade humana, matéria não viva modificada pela humana Total de objetos construídos pela humanidade supera, pela 1ª vez, a massa dos seres vivos na Terra – 09/12/2020 – Ciência – Folha (uol.com.br) ↑
- https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-57333671 ↑