Autores: José Fantine e Manfredo Rosa
Nas últimas décadas, várias personalidades e lideranças, conseguiram, com sucesso, defender seus princípios e suas ações visando o bem da humanidade, distinguindo-se, através da sua dimensão institucional ou no desempenho de seu papel e, com isto, arrebanhando admiração e respeito.
Desta lista de grandes nomes as referências mais lembradas mundialmente são, Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Madre Teresa, Winston Churchill, Martin Luther King Jr e o Papa João Paulo II.
Desde que assumiu a “cadeira de São Pedro”, o papa Francisco passa a figurar nesse destacado grupo. Em várias oportunidades ele vem lembrando ao mundo a responsabilidade cidadã frente às desigualdades, à pobreza em si, à degradação do meio ambiente, aos direitos humanos, à violência e às guerras. A pregação em torno da união de todos no compromisso comum de superar as desventuras que afligem o nosso planeta tem sido uma tônica sempre presente em seus pronunciamentos. Esse chamamento, da “fraternidade e da amizade social” é uma exortação que ecoa pelos corações de todos nós.
Agora, com a Carta Encíclica “Fratelli Tutti”, “uma confluência de uma parte de seu magistério”, o papa Francisco aponta os principais problemas de um mundo fechado, de conflitos, de direitos humanos não suficientemente universais, de consumismo e tantos outros. Especificamente no que tange a questões políticas e econômicas, o referido documento denuncia as mazelas do liberalismo, várias delas discutidas nos textos do presente Site.
Ajuntamos aqui o link para acesso ao texto. O número 168 é particularmente incisivo quanto à questão econômica. Ele denuncia que “O mercado, por si só, não resolve tudo, embora às vezes nos queiram fazer crer neste dogma de fé neoliberal”. Em outros pontos se pode ler sobre convocação/necessidade de:
- “Repropor a função social da propriedade” (números 118, 119 e 120);
- Discutir que “o desenvolvimento não deve orientar-se para a acumulação sempre maior de poucos” (número 122);
- Avaliar que, “em contrapartida, aumentam os mercados, onde as pessoas desempenham funções de consumidores ou de espectadores” ou que “o avanço deste globalismo favorece normalmente a identidade dos mais fortes”, ou, ainda, “alguns pretendiam fazer-nos crer que era suficiente a liberdade de mercado para garantir tudo” (número 12);
- Observar que se “a sociedade se reger primariamente pelos critérios da liberdade de mercado e da eficiência, não há lugar para tais pessoas (os mais fracos, desprotegidos, deficientes)” (número 109); e
- Entender que “O direito de alguns à liberdade de empresa ou de mercado não pode estar acima dos direitos dos povos e da dignidade dos pobres” (número 122)
O documento na íntegra pode ser encontrado no endereço a seguir, merecendo a atenção de todos:
http://www.vatican.va/content/francesco/pt/encyclicals/documents/papa-francesco_20201003_enciclica-fratelli-tutti.pdf